O Assassínio de Jesse James pelo Cobarde Robert Ford
Título original: The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford
De: Andrew Dominik
Com: Brad Pitt, Mary-Louise Parker, Brooklynn Proulx, Casey Affleck
Um dos mais famosos bandidos americanos, muitas histórias foram escritas sobre o lendário Jesse James (Brad Pitt). Em 1881, Jesse tem 34 anos. Enquanto planeia o seu próximo assalto, o bandido continua a fazer frente aos inimigos que cobiçam não só a recompensa pela sua captura mas também a glória de o terem vencido. Mas a maior ameaça pode estar no seio do seu grupo de aliados.
Jesse pode não passar de um criminoso para aqueles que roubou e para as famílias dos que assassinou, mas ao mesmo tempo o bandido é também alvo de admiração: uma espécie de "Robin dos Bosques" que assaltava bancos e proprietários dos caminhos-de-ferro que exploravam os pobres agricultores; um soldado injustiçado que se vingava de quem lhe tinha destruído a vida, um espírito livre. Entre os seus admiradores estava Robert Ford (Casey Affleck), um jovem que sonhava com o dia em que cavalgaria ao lado do seu ídolo.
Quem terá sido realmente Jesse James? E quem foi Robert Ford, este jovem que, com apenas 19 anos, se tornou no cobarde que alvejou Jesse pelas costas, abatendo a lenda que dez estados não tinham conseguido capturar. O que terá acontecido nas horas que antecederam o tiroteio? Será que algum dia se saberá toda a verdade? (Cartaz Público)
O tempo custa a passar, arrasta-se, pesa. Respira-se o frio do Inverno e sente-se a crueza da vida no Oeste americano, inóspita, que molda as gentes e lhes traça o destino.
A narrativa serve-nos uma história sobejamente conhecida, em que uma morte anunciada é-nos avançada aos poucos, narrativa feita de avanços e recuos que mantêm a tensão.
Segundo o próprio realizador, este filme é mais um filme de gangsters do que um western. O efeito da fama sobre os homens é, talvez, o ponto fulcral: se, por um lado, Jesse James, vítima do seu próprio mito, pressente que o seu fim está próximo e apenas aguarda (ou determina?) quem o irá matar (perpetuando, assim, o seu mito), Ford, o assassino, acaba por confidenciar que, matando-o, "esperava os aplausos"... A proclamada cobardia de Ford é uma injustiça, assim como injusta será a fama de Jesse, pois que não passa de um pistoleiro, frio e perturbado, que encurrala Ford na sua teia e o "obriga" a cumprir-lhe o destino.
Numa altura em que os westerns já estão - há muito! - fora de moda, surgem agora três estreias: O assassínio de Jesse James..., O comboio das 3 e 10 e, a estrear brevemente, Este país não é para velhos. A indústria cinematográfica aposta, cada vez mais, nos efeitos especiais e na velocidade da acção, o que não se compadece com o ritmo naturalmente lento de um verdadeiro western porque, como será fácil de imaginar, o quotidiano nos finais de dezanove, perdido algures no imenso Oeste, não seria propriamente muito agitado... É, pois, um remar contra a corrente, um desafio abraçado por realizadores que acreditam que os filmes não podem encostar-se aos clichés de que os espectadores gostam, necessitando do rigor e da audácia que uma comédia ou uma película de acção dispensam. A exigência que paira sobre o realizador também é diferente: não fazer um êxito de bilheteira, apenas um filme forte e verdadeiro (revista Visão, nº 774, 3 Jan.2008, p. 105).
9 comentários:
Hum...por acaso não sou grande adepto de westerns, mas o elenco é fantástico!
Bom fim de semana
amanhã é dia de concerto de Ano novo. Vou na 2º feira.
bjs Jasmim, hoje outonodesconhecdo
Obrigado pela visita. Não foi "mentira".
Até sempre
Paulo
Gosto dos westerns! Acredito que já assisti a todos os clássicos das décadas de 40, 50 e 60, quando deu-se por encerrada esta saga, com Era Uma Vez No Oeste (Once Upon a Time in The West), de Sérgio Leone, 1968.
Por sinal, assisti hoje pela segunda vez. É muito bom, em cinemascope, uma bela fotografia e um clima tenso durante todo o filme. Além do mais,só a trilha sonora do Enio Morricone já vale o filme.
Esse que você fez a crítica, acerca de Jesse James, foi lançado no Brasil. Tenho minhas dúvidas se irei vê-lo.
"...não fazer um êxito de bilheteira, apenas um filme forte e verdadeiro".
Minha prezada Paula, você acredita nisso?
Beijos, e um bom Domingo!
Mr. Pickwick,
Era uma vez na América é o rei dos westerns! Simplesmente fabuloso e com uma banda sonora divina.
OK, êxito de bilheteira ou não (possivelmente não irá sê-lo), mas forte é, sem dúvida. Seja como for, e apesar do exagero da afirmação dos realizadores, percebe-se a ideia, não?
Bjs e boa semana!
Oliver Pickwick,
Enganei-me no título: Era uma vez no Oeste", obviamente...
Paulo Sempre,
Subtilezas...
Tal como disse eu não gostei.
Achei fraca a história. Um filme que se arrastou 3h para uma história que podia e devia ser contada em 1h apenas.
Achei o Brad Pitt fraco. Já o Casey Afleck fabuloso. Mas não o suficiente para fazer do filme algo de notável.
A única coisa fabulosa para mim é a banda sonora.
Tudo o resto se arrasta.
100 Sentidos,
E viva a diferença de opiniões. Saudável!
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