A exposição de Gérald Bloncourt foi inaugurada ontem, 18 de Fevereiro, e vai estar patente ao público até dia 18 de Maio, no Museu Berardo, no CCB, Lisboa. Por uma vida melhor é o nome desta exposição que conta com cerca de 50 fotografias, a preto e branco, sobre a emigração portuguesa nos bidonvilles de Paris, para onde partiram muitos milhares, desde meados dos anos 50. É o seu quotidiano e as dificuldades por que passaram que Gérald Bloncourt nos retrata, ao longo desta exposição, sendo também parte da diáspora portuguesa que vê aqui o seu rosto. Ou, como refere o título da notícia da Lusa publicada em RTP-Notícias, "o homem que retratou a miséria dos filhos dos 'grandes descobridores' em França"...
No site que lhe é dedicado pude descobrir, entre outra informação com muito interesse, um dossier temático sobre a emigração portuguesa, chamado Sud-Express Portugal, "memoire et histoire de l'emmigration portuguaise", que se revela um verdadeiro arquivo sobre o tema, com filmes, notícias, documentos, em que - e cito -, "(...) os viajantes de Sudexpress não são turistas, mas viajantes convidados a participar na construção de uma memória colectiva." Da responsabilidade da Associação Memória Viva, aqui fica a dica para a visita, que recomendo.
Espectáculo Final da Escola de Dança do Conservatório Nacional
Teatro Camões
2 Jul: 21h, 3 Jul: 16h, 21h, 4 Jul: 16h
Lula Pena
Fundação Calouste Gulbenkian
2 Jul: 21h30
Jazz às Onze
Festas de Lisboa 2010
30 Jun, 1 a 11 Jul: 11h e 23h
Curtas 2010 - II Mostra de Teatro de Peças de Curta Duração
Traseiras do Mercado da Ribeira, Lisboa
Até 4 de Julho
XI Grande Noite de Ballet Flamenco
Teatro Tivoli
10 de Julho, 21h30
Festival ao Largo 2010
Largo de São Carlos
26 Jun a 27 Jul: 19h-22h
20 comentários:
Habituamo-nos a brincar com os emigrantes princialmente os que foram França, não lhes dando o devido valor.
Apercebo-me que muitos deles lutam mais pelo país do que a maior parte de nós que cá estamos.
Sem dúvida que vou "cuscar" e explorar bem esta tua dica.
Beijo e boa noite :)
Ka,
Há uns anos vi um documentário com o testemunho de um homem de cerca de 30 anos, que relatava o que tinha sido a sua infância enquanto filho de emigrantes de 1ª geração nos bidonvilles dos arredores de Paris. A sua angústia era tremenda. Nunca mais esqueci esse filme.
Boa noite!
Paula
este site é fantástico, estou a ver que vou ter de perder algum tempo a explorar.
Sempre que vejo alguma coisa da nossa emigração, não consigo deixar de pensar do barco de emigrantes que veio aqui dar à costa... azar o deles...
Nós de facto já nos esquecemos que fizemos o mesmo há bem pouco tempo
bsj
Leonor,
País de emigrantes o nosso... mais uma razão para a tolerância.
bjs
Parece ser uma excelente dica e, portanto, um bom motivo para rumar ao CCB.
Piresf,
É, não é? Também estou com vontade de por lá passar.
Há umas semanas, fui ver a exposição que esteve na Gare Marítima de Alcântara, também sobre a emigração portuguesa.
Obrigada pela visita. Volte sempre.
Há muita gente ainda jovem que não faz ideia nenhuma da vida dos portugueses emigrantes nos "bidonvilles" dos arrebaldes de Paris.
E talvez por isso não tenha anoção do que é , e foi, a vida em outras "cidades de lata2 de outros lugares e de outroas gentes.
tam~´em por isso me parece muito importante esta sugestão aqui deixada para uma visita à exposição de G.Bloncourt.
Obrigado.
Jorge G.
Parece-me uma magnífica sugestão, que naturalmente agradeço!
Receba os meus cumprimentos.
Trovas e Cantares - Xico Cintra
Jorge,
Não sabem, não...
Xico Cintra,
Seja bem-vindo a este espaço e volte sempre!
De facto o assunto é-me caro, a minha família emigrou em tempos para o Brasil, Canadá e essencialmente França. Os primeiros a sair, sei que estiveram nos bidonvilles franceses e comeram o pão que o diabo amassou a preparar a ida da restante família. Contavam histórias, que não raras vezes, acabavam em choro, e no entanto, também por cá, temos os nossos bidonvilles.
Bidonvilles...isto remete-me para uma reflexão sobre o nosso passado comum. Por vezes acho estranho um certo chauvinismo dos portugueses em relação aos imigrantes que chegam em Portugal, quando há anos atrás a nossa situação no exterior não era das melhores. È o que eu digo, a UE e os euros no bolso deram a volta à cabeça a muita gente. Hoje achamo-nos muito importantes...
Sem dúvida uma óptima sugestão e a propósito de fotografia , fotógrafos estrangeiros e exposições patentes no nosso país, deixo-te aqui outra sugestão
De dia 1 de Fevereiro a 31 de Março
vai estar patente em Sintra ( no Largo do Palácio da Vila.
)uma exposição do fotógrafo francês Thierry des Ouches . O trabalho é composto por 52 fotografias, em tamanho gigante de animais de quinta. Um trabalho fabuloso que merece a pena ser visto e quem tiver crianças é capaz de não ser má ideia levá-las.
Um beijinho
'Parte de noite e não olha
os campos que vai deixar.
Todo por dentro a abanar
como a terra em Agadir
folha a folha se desfolha
seu coração ao partir.
Não tem sede de aventura
nem quis a terra distante.
A vida o fez viajante.
Se busca terras de França
é que a sorte lhe foi dura
e um homem também se cansa (...)'
escrevia em 64, Manuel Alegre.
(Gostei imenso de ter vindo aqui!)
abraços!
Piresf,
Pois temos. Isso fez-me lembrar o filme Os Lisboetas, sobre as comunidades de imigrantes em Lisboa. Muito interessante esse filme - aliás, realizado por um cineasta brasileiro. Recomendo vivamente, para quem ainda o não viu.
Capitão,
Tens razão. Renovo o que disse na resposta anterior, a Piresf.
Gi,
Obrigada pela tua dica, ainda não tinha conhecimento dessa exposição. Se puder, irei.
Bjs
Tinta Permanente,
Gosto bastante do que escreve Manuel Alegre, tanto em poesia como em prosa. Gosto particularmente de um A Terceira Rosa: é uma prosa poética muito bonita e de grande sensibilidade.
Obrigada por ter vindo; volte sempre!
Uma ótima indicação, prezada Paula. Conhecia muito superficialmente a história desta "diáspora portuguesa", como escreveste.
Beijos!
Ainda não fui ver... mas já está em agenda...
Enviar um comentário