Às voltas com a net, tropecei nesta notícia, de 1999, num site brasileiro (ver aqui) que me deixou um certo amargo de boca, uma espécie de olhar vago e desiludido em face dos recentes acontecimentos em Timor-Leste. Depois de tanta luta e de tanta esperança, acontece sempre o mesmo triste acordar para uma realidade baça e mesquinha. Não é justo...
Mais de 300 mil protestam em Portugal (Lisboa)
Uma manifestação ontem em Lisboa pedindo a intervenção de tropas da Organização das Nações Unidas (ONU) para conter os massacres em Timor-Leste reuniu dez vezes o número esperado de participantes. "Pretendíamos um cordão humano de dez quilômetros, o que necessitaria de 40.000 pessoas. Mas no final, tivemos cerca de 300 mil participantes", afirmou Pedro Dionísio, da Comissão para os Direitos do Povo Maubere.
O cordão humano uniu as embaixadas dos cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - China, Estados Unidos, França Grã-Bretanha e Rússia -, passando também pela representação da organização em Lisboa. Prevista para durar 15 minutos, a manifestação acabou levando mais de uma hora.
Nas ruas de Lisboa, davam-se as mãos desde figuras conhecidas, como o primeiro-ministro Antonio Guterres, até gente que nunca participou de manifestações. "Estamos aqui porque estão matando o povo de Timor e é necessário que isso seja conhecido", afirmou o cantor Paulo de Carvalho.
10 comentários:
Esta questão é particularmente sensível para nós portugueses, porque temos óbvias culpas no cartório. Mas agora também não adianta muito esbravejar, porque Timor já está entregue aos interesses australianos.
Capitão,
Lembro-me bem da enorme mobilização que houve em Portugal em torno desta questão. Foi das poucas vezes que os portugueses se empenharam,tanto e com tal calor, que agora faz pena ver o rumo dos acontecimentos.
Paula, já que disses ao Oliver, que não gosta de poesias com lágrimas nos olhos, visite www.particulasdosentido.blogspot.com, quem sabe gostes.
Eu volto
Abraços
Sr do Vale,
Tal como eu escrevi no Oliver e você me citou, no mesmo sítio, "Todos diferentes, todos iguais". E esta frase significa exactamente o direito à diferença e o respeito pelos outros. A divergência de opiniões existirá sempre e é saudável que assim seja. Tenho a certeza que concordará comigo.
Esta é uma questão que acompanhei durante muito tempo e fez-me uma impressão enorme ver que para as pessoas era indiferente o que lá se passava. E continua a ser, agora a diferença é que temos lá uns GNR e estão lá os Australianos e por isso passa a constar das notícias. Se repararmos o que lá se passava antes era muito mas muito pior que a realidade actual e ninguém ligava nenhuma!
A ONU retirou cedo demais pois uma nação demora a formar, principalemnte uma com o passado como o de Timor Leste. Veremos se serão capazes de o fazer.
Beijo
Em 99 houve esperança na paz e acredito que a esperança continua viva.Eu estive lá, e muitos ainda lá estão, a trabalhar para isso.O problema é que há sempre grupos que tentam impôr a sua vontade à força pela violência e sabem que sem paz não se pode construír um país.E claro que a ganância do petróleo não ajuda...
Força TIMOR!
Os senhores do mundo são indiferentes a tudo que não seja economicamente promissor, ou seja, os capacetes azuis se ancorarem por lá não terá sido uma ação humanitária, mas a pavimentação de novos rumos totalitários.
Não creio que este seja o meio mais apropriado, mas gostaria muito de conversar sobre a questão da colonização, evidentemente isso fica prá depois...
Grande abraço!!
Todos querem tirar vantagens.
Desta vez acredito que é um incidente isolado. No entanto, olhares de cobiça estão sempre atentos aos ricos poços de petróleo em países instáveis.
Cabe a ONU manter-se vigilante.
Beijos, querida amiga!
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