segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Abaixo os tripés... e quem neles se apoiar!

A comunicação social noticiou recentemente esta pérola que se pode ler aqui, na sua versão publicada no jornal Expresso, de 200.02.15. Quando me contaram nem acreditei, pois mais parece uma história dos Apanhados. Infelizmente não, o que dá vontade de rir de tão ridícula que é. Trata-se da descoberta de que é proibido o uso de tripés na via pública!! Então, já não se pode ter pretensões a fotógrafo e andar por aí a fazer fotografia nocturna, por exemplo, um dos muitos casos em que o uso do tripé é essencial - isto para não falar da intromissão óbvia nas funções dos repórteres??? Parece evidente que se trata de uma interpretação abusiva da lei; o eterno uso dos pequenos poderes: não está escrito mas, como a redacção é muitas vezes lata e vaga, o bom senso fica esquecido, porque já que posso, então vão ver como é!
Com tanto que há para fazer...
Parafraseando uma vez mais Fernando Pessa: "E esta, hem???"

9 comentários:

Leonor disse...

bom, só podia estar a gozar. É preciso licença de ocupação de via pública para uma série de coisas (eu sei, trabalhei na CML...) mas para tripés??? com esse argumentos os nosso pézinhos tb precisam... tb ocupam. E as manifestações??? olha se eles se lembram:)))

Capitão-Mor disse...

Pois eu acho que estamos a entrar numa era com demasiadas proibições...

Ka disse...

Olha, estou pasma!!! Ainda estou à procura do meu queixo, que caiu a ler a notícia!

É o que dizes, tanta coisa para ser feita e andam preocupados em multar quem usa um tripé? Já agora, recuemos um bocado e pensemos na criaura que se lembrou de fazer tal lei...é por estas que o país não anda para a frente.

Isto ainda é mais ridículo quando acabo de ver no telejornal que um ex monitor da Casa Pia foi condenado a 5 anos de prisão por abuso sexual de menores. E não apanhou mais porque as vítimas apresentaram queixa fora dos prazos legais?!?!? Portanto, fica impune um crime de abuso sexual mas multa-se um fotógrafo que está a trabalhar, pois falta uma licença de utilização da via pública...é mau demais para ser verdade.

Beijos

paulofski disse...

A procura exacerbada de poderes, mesmo que à custa de leis ambíguas, está a toldar algumas mentes. Assim não tardará o regresso da p.i.d.e. (politica incapaz de entender)

Excelente blogue. Parabéns.

Luís Galego disse...

Com tanto que há para fazer...

nem mais!!!

Paula Crespo disse...

Leonor, Capitão, Ka, Luís,
Eu penso que a culpa não é tanto do legislador, mas sim de quem interpreta e tenta aplicar a lei, na generalidade dos casos. E este é um deles. O "excesso de zelo" é sempre cego e desprovido de bom senso. Seja como for, parece-me que o que se pretendia era regular a permanência de estruturas fixas (ex: esplanadas, quiosques, etc.) e não propriamente coisas móveis e efémeras deste tipo. Mas, para evitar distorções deste género, há que definir com o maior rigor possível o que se pretende de facto regular. Enfim...

Paula Crespo disse...

Paulofski,
Seja bem-vindo a este espaço.
Tenha uma boa semana!

Jorge P. Guedes disse...

Eu, ignorante de todas as leis e posturas camarárias, pergunto:
será que é passível de coima poisar os sacos plásticos no chão, para descansar os braços, enquanto se espera pelo autocarro?

Tacanho, ridículo, impróprio de um estado de direito!

Jorge G.

Paula Crespo disse...

Jorge,
Não lhes dês ideias... ;-))