sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A Coragem e o poeta fingidor...


O poema que abaixo se transcreve é commumente atribuído a Fernando Pessoa, mas parece que tal não é verdade. Até porque também parece diferente do estilo da escrita de Pessoa. Na forma e no conteúdo, o espírito do poema que nos chega pela rede traz-nos malhas que alguém teceu, possivelmente não esta Pessoa mas outra, que este Fernando, apesar de poeta fingidor confesso (O poeta é um fingidor /Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente), não parece ter vivido assim de forma tão afirmativa. Há quem defenda, portanto, a ideia de falsa autoria, e eu, apesar de não ser entendida em Pessoa, subscrevo. Mas, independentemente da discussão acerca da autoria do poema, o certo é que constitui um lema a seguir. Para quem conseguir...

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

15 comentários:

CPrice disse...

uma tradução de autor desconhecido Querida Paula .. uma mistura de Neruda com forte influência de Kipling, identificável no conselho sub reptício para quem conhece as respectivas obras ;) no que me levou uma "investigação" há tempos atrás quando apurei traduções de outros mestres feitas por tantos, mestres e não só, está realmente mal atribuída a autoria a Fernando Pessoa.

mas .. ;) para quem consiga como dizes e bem :) *

OUTONO disse...

Já me perdi...nessa polémica autoral.
Tenho para mim, que terá sido ele a escrever, através de mais um heterónimo...esse sim desconhecido!

Perfeito!

Paula Crespo disse...

Once,
Não é difícil de perceber o erro de autoria... e agradeço-te a identificação das influências, patente no poema.
Bjs

Paula Crespo disse...

Outono,
Independentemente da questão da autoria, fica a "moral da história", não é assim?

Alberto Oliveira disse...

... não tem o traço pessoano e a moralidade (?!) que Pessoa ou os seus heterónimos lhe costumam conferir.

Sobre o texto-poema, costuma dizer-se que de boas intenções anda o mundo cheio (e o mesmo se pode adaptar a cada indivíduo). Ou seja, esta carta de intenções é quase um modelo. Concretizá-lo é que é pior...


Óptima semana e sorrisos.

Flip disse...

Paula
é isso, vale a moral subjacente ao poema, de que gosto imenso...
valeu!
bj

mariam [Maria Martins] disse...

Paula,
fui e voltei,
... seja de quem seja, é sempre bom ler e reler!
obrigada por esta partilha!

boa semana
um abraço e um sorriso :)
mariam

Paula Crespo disse...

Legivel,
Não é fácil, mas tentar devia ser uma obrigação... ;)
Sorrisos retribuídos e uma boa semana!

Paula Crespo disse...

Flip,
Gosta? Também eu ;)
Boa semana!

Paula Crespo disse...

LB,
Ou, como diria o poeta: "Caminhando se faz caminho..."

Paula Crespo disse...

Mariam,
Bom regresso e boa semana!
Bjs

BlueVelvet disse...

Não sou entendida do ponto de vista de saber de certeza certa se foi ele a escrevê-lo ou não, embora para mim ele seja o maior.
Em todo o caso há muito que conheço o poema e gosto muitíssimo.
Cumpri-lo?
Bom, aí já é outra história.
Beijinhos

Paula Crespo disse...

Blue,
O poema é muito bonito. Mas de boas intenções... ;)
Bjs

Pedro Alcobia da Cruz disse...

0:52 upsssssssss já é sábado, e amanhã domingo de Páscoa. Discute-se aqui quem ou não escreveu "O poeta é um fingidor...". Meu Deus, a esta hora?

E se não foi o Pessoa, esse bem português, terá sido uma outra pessoa... hummmm, lusa, estrangeira?

Não fora a hora tardia e garanto entrava a matar com dois mil e quatro argumentos a favor do nosso poeta e outros tantos favorecendo um outro mas nosso à mesma, e uma lista seguramente maior que a das páginas amarelas argumentando que nenhum estrangeiro, pelo mesmo de fora da terra, poderia ter sentido uma poesia assim.

Vou dormir... o povo precisa de calma, de descanso, de se libertar da crise e do mau olhado, e não convêm ameaçar toda a moral de uma nação como a nossa atribuíndo a autoria desse monumento em letras a um qualquer poeta de botequim de uma bairro de subúrbio de cidade longínqua. Isso seria pior que o bloqueio inglês...

Mas vou voltar, vou, sem dúvida, mesmo sabendo que tenho dificuldade em acompanhar. Mas, gostei, aprende-se, encontra-se cada uma. Upsssssss então o que o outro escrevia agora diz-se que não foi, foi ...

É bem melhor que novela em plena digestão

Um abraço. Gostei, vou voltar

Pedro

Paula Crespo disse...

Pedro Cruz,
Bem, que dizer?!... Depois dessa longa dissertação sobre os poetas lusos - directos ou afins, mas que acabam sempre por ser lusos -, nem me atrevo a dizer mais nada! Principalmente a esta hora e neste fim de Páscoa, não é verdade?! ;);)
Pois obrigada pela sua simpática visita e volte sempre :)