Traz outro amigo também. E outro. E outro ainda, todos pela mão de Armando Caldas, o director do Intervalo Grupo de Teatro, que mora no Auditório Lourdes Norberto, em Linda-a-Velha.
A cada Outubro - há já 27 anos a esta parte, repete efusivamente Armando -, que esta Companhia de teatro celebra a sua existência com uma Semana Cultural (ver post de 8/11/2007), em que todos os dias se homenageia alguém das artes do espectáculo com outro alguém que percorre o seu caminho, necessariamente longo, feito de muitos e muitos anos a pisar palcos. São palavras de apreço que poderiam soar a uma banal troca de galhardetes, não fossem estes eleitos gente de reconhecido mérito e muitas provas dadas. Palavras, não discursos; conversas entre amigos, com o toque da informalidade que o momento requer. A acompanhá-las, a música, sempre. Sempre nacional e sempre variada, como variados são os aniversariantes.
O aniversariante de hoje (ou melhor, de ontem, o relógio não mente...) à noite chama-se Nicolau Breyner. Esse mesmo, o actor que dispensa apresentações; um clássico dos palcos e ecrãs nacionais, tão clássico que quase nos esquecemos dele, não está na moda; que saiu do Conservatório com um diploma em drama para, logo de seguida, mergulhar de cabeça na comédia, que lhe ficaria colada à pele para o resto da vida, não fosse uma troca de agulhas, ao regressar ao primeiro género, através de vários papéis dramáticos representados no cinema nos últimos tempos. Pela minha parte prefiro-o assim, neste registo sério, como em Os Imortais, filme de António Pedro Vasconcelos, baseado no romance de Carlos Vaz Ferraz Os lobos não usam coleira. O título do filme vai beber à tropa de elite do exército persa; um thriller centrado em quatro ex-comandos da Guerra Colonial que, marcados por perturbações que lhes guiam as vidas, mantêm todos os anos um ritual que lhes permite recordar os velhos tempos e solidificar o espírito de grupo. Neste filme, Breyner dá corpo e alma ao inspector da Judiciária, cujo faro de velho tarimbeiro, amante de fado e outros petiscos, lhe permite ver para além das aparências.
Deste e de outros Breyner falaram Carmen Dolores e Jorge Leitão Ramos, a primeira, testemunha do teatro; o segundo, elencando o seu percurso no cinema. Memórias revisitadas ao longo de duas horas de convívio. Porque de convívio se trata, assim com sabor a tertúlia, acompanhada à viola por Rui Veloso e sua banda, entre gracejos e pequenas estórias; os clássicos do Rui cantados por todos, de cor, de tão entranhados e sabidos que já fazem parte da memória musical deste País.
A cada Outubro - há já 27 anos a esta parte, repete efusivamente Armando -, que esta Companhia de teatro celebra a sua existência com uma Semana Cultural (ver post de 8/11/2007), em que todos os dias se homenageia alguém das artes do espectáculo com outro alguém que percorre o seu caminho, necessariamente longo, feito de muitos e muitos anos a pisar palcos. São palavras de apreço que poderiam soar a uma banal troca de galhardetes, não fossem estes eleitos gente de reconhecido mérito e muitas provas dadas. Palavras, não discursos; conversas entre amigos, com o toque da informalidade que o momento requer. A acompanhá-las, a música, sempre. Sempre nacional e sempre variada, como variados são os aniversariantes.
O aniversariante de hoje (ou melhor, de ontem, o relógio não mente...) à noite chama-se Nicolau Breyner. Esse mesmo, o actor que dispensa apresentações; um clássico dos palcos e ecrãs nacionais, tão clássico que quase nos esquecemos dele, não está na moda; que saiu do Conservatório com um diploma em drama para, logo de seguida, mergulhar de cabeça na comédia, que lhe ficaria colada à pele para o resto da vida, não fosse uma troca de agulhas, ao regressar ao primeiro género, através de vários papéis dramáticos representados no cinema nos últimos tempos. Pela minha parte prefiro-o assim, neste registo sério, como em Os Imortais, filme de António Pedro Vasconcelos, baseado no romance de Carlos Vaz Ferraz Os lobos não usam coleira. O título do filme vai beber à tropa de elite do exército persa; um thriller centrado em quatro ex-comandos da Guerra Colonial que, marcados por perturbações que lhes guiam as vidas, mantêm todos os anos um ritual que lhes permite recordar os velhos tempos e solidificar o espírito de grupo. Neste filme, Breyner dá corpo e alma ao inspector da Judiciária, cujo faro de velho tarimbeiro, amante de fado e outros petiscos, lhe permite ver para além das aparências.
Deste e de outros Breyner falaram Carmen Dolores e Jorge Leitão Ramos, a primeira, testemunha do teatro; o segundo, elencando o seu percurso no cinema. Memórias revisitadas ao longo de duas horas de convívio. Porque de convívio se trata, assim com sabor a tertúlia, acompanhada à viola por Rui Veloso e sua banda, entre gracejos e pequenas estórias; os clássicos do Rui cantados por todos, de cor, de tão entranhados e sabidos que já fazem parte da memória musical deste País.
Anteontem houve outro e, no dia anterior, outro ainda. Amanhã haverá mais. Até domingo. Armando Caldas traz até nós este ano Luís Miguel Cintra, João Mota, o grupo coral Cramol, Nicolau Breyner, Carlos Avilez e a Brigada Victor Jara. Com eles e para eles a música de Carlos do Carmo, José Mário Branco, Carlos Mendes, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, Rui Veloso, João Afonso, Xaile, entre outros.
Neste espaço pequeno, neste cantinho acolhedor, a rebentar pelas costuras, de tanta gente, sentada no chão que já não há cadeiras que cheguem. Vêm bancos de pau em socorro das pernas dos que aguardam em pé... É sempre assim, ano após ano. Vão os habitués e os novos, uns e outros à espera do reconforto de um serão em família, que interrompe a rotina e faz a semana merecer-se. Livremente, que por cá não se cobram entradas.
12 comentários:
Uma boa divulgação, pena não ter lido a tempo... ainda poderia até fazer uma fotos e tudo :-)
Fica outro dia, vou ficar atento a estas informações...
Obrigado pela sua passagem meu blog e comentário, apareça sempre.
Trabalho em Carnaxide por isso é pertinho...
Bjs
Nuno
Nuno,
Tem até domingo, mas para o ano há mais ;)
Bjs
que excelentes iniciativas! Obrigado por divulgar e connosco partilhar... quem sabe não vou um dos dias!
bom fim-de-semana
um grande sorriso :)
mariam
Olhe, amanhã vou ao concerto da Mafalda Arnault no CCB... :)
Mariam,
Mafalda Arnault? Gosto! Bom espectáculo!
Bjs
não só tive a oportunidade de lá estar (ctg) como aplaudo o regresso a este tipo de tertulias, que fazem muita falta em tempos de crise...
Luis Galego,
É uma excelente iniciativa esta do Intervalo Grupo de Teatro. Acontece todos os anos e tem tido casa cheia. No entanto, não é divulgado em Lisboa...
Não são apenas os génios que têm o direito de evocar períodos de improdutividade
Nós outros (estou falando de mim) também reivindicamos esses privilégios, apesar de toda a mediocridade que preenche as nossas vidas.
Isto é o pretexto para justificar a minha ausência por espaços que adoro visitar.
Também gostei, como nunca me canso repetir, da sua postagem.
A iniciativa e o talento de Armando Caldas é uma espécie de pedrada no pântano do egocentrismo (e outros ismos) de muitos. É o mérito, o desprendimento e a entrega que preenche, e percorre, a cadeia de amigos que emprestam, com muito entusiasmo, a sua presença ao Intervalo.
Falta apenas agradecer-lhe por esta partilha
Bjs
Agry,
As pausas também fazem parte, quer de quem publica, quer de quem visita... ;)
Sim, naquele caso, funciona como uma entrega. Uma causa.
Bjs
Oh, gostava imenso de ter visto o Nicolau, um dos portugueses que mais admiro - muitos não sabem mas no princípio dos anos 70 o Nicolau também cantava - e tem discos dessa altura e CDs reeditados mais tarde - e cantava temas lindos, alguns de revista mas que a rádio divulgava - nessa altura havia música portuguesa na rádio...
Um dos temas mais bonitos que ele cantava era Maria da Serra, disco que consegui reencontrar em vinyl pois ele disse-me que nunca foi gravado em CD - que pena!
Alexandre,
Tenho uma vaga ideia de já ter ouvido o Nicolau a cantar, num qualquer programa de televisão, há já muito tempo e, também ele (o programa) muito retrospectivo... Porque não divulgar essas pérolas no seu blogue?...
Boa tarde,
Muito obrigada pelas suas simpáticas palavras!
De facto, as semanas culturais são sempre recheadas de grande valor humano e claro... cultural! Este ano tivemos dias especialmente emocionantes, como o do Luís Miguel Cintra e do Nicolau Breyner.
Um grande abraço,
Intervalo Grupo de Teatro
Intervalo,
Não são simpáticas, são sentidas :)
Acompanho regularmente as vossas actuações e sou fã do vosso trabalho. Parabéns!
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