(imagem da Internet)
Texto (verídico) retirado de uma prova livre de Língua Portuguesa, realizada por um aluno do 9º ano, numa Escola Secundária das Caldas da Rainha
REDAXÃO
'O PIPOL E A ESCOLA'
Aterrou no meu mail e fala por si. Seria cómico se não fosse trágico.
Texto (verídico) retirado de uma prova livre de Língua Portuguesa, realizada por um aluno do 9º ano, numa Escola Secundária das Caldas da Rainha
REDAXÃO
'O PIPOL E A ESCOLA'
Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem Direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai á escola.
Primeiros a peçoa n se sente motivada Pq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.
Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto Montanhoso? Ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? Ou cuantas estrofes tem Um cuadrado? Ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?
E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os Lesiades''s, q é um livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no Aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.
Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes até dam gomitos e a Malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem Abitos de leitura e q a Malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras Foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu Assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver???
O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço De otelaria e a Malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e piças de Xicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar um Gravetame do camandro. Ah poizé. Tarei a inzajerar?
24 comentários:
É o famigerado internetês. Prevejo, nos próximos anos, um genocídio à gramática.
Já vi algumas terríveis, mas nada que se compare a esta que publicou.
Um bêj... ops... beiju... ops2, beijo! ;)
Não haja dúvidas que ele tava a inzajerar
Beijo
... no fundo no fundo, o jovem até demonstra alguma criatividade... comediante e tem um sentido crítico apurado sobre o universo escolar cá do burgo.
Se o texto corresponder à realidade (parece-me à primeira vista, "demasiado bem organizado" para um chavalo que não acerta uma beca nas letras... ) não me espanta nada. Há cerca de trinta anos que a Escola regride paulatinamente, sendo outra das áreas do social em marcha-atrás pós revolução. Depois, há quem estranhe que apareçam algumas vozes a pedir "ensino rígido do antigamente".
Bjs.
Cara Paula,
Eu diria até angustiante....
Beijinho
Paulo
como se distorce a nossa lingua, um disparate e um desastre, oxalá a evolução não passe por aqui, eis as desvantagens de um certo calão elevado ao potencial máximo da degradação, quer dos sons quer dos seus falantes. É bom denunciar "isto".
bjs
Oliver,
É o internetês, obviamente, que lhes dita o quotidiano. Genocídio à gramática, ao léxico, a tudo!!
Bigad... Ops...Ogada... Ops... Obrigada!
Kumps!! :)
Paulofski,
É um inzajerado mesmo!! :)
Bjs
Legivel,
Apesar de ser dado como verídico, não acredito muito que o seja, de facto. Pelas mesmas razões que aponta e não por não poder sê-lo naturalmente, já que os jovens hoje em dia falam e pensam em internetês.
O sistema de ensino está em crise, já se sabe, mas também só está em crise enquanto reflexo da sociedade em geral. Sobre este tema já deixei a minha opinião no post abaixo que fiz sobre o filme A Turma que, quanto a mim, tão bem foca este assunto.
Bjs
Ka,
Seria cómico se não fosse trágico, como disse.
Bjs
Flip,
Acho que é mais do que uma questão de Língua; é uma questão de organização do pensamento, estrutural. Porque, para além do calão utilizado, está também evidente uma distorção de valores.
Bjs
Paula
Cheguei aqui através do novo blogue Risco Contínuo.
O seu blogue é óptimo e o seu gosto musical é o máximo. Parabéns.
João Severino,
Bem-vindo a este blogue. Agradeço-lhe o comentário e... Volte sempre!
Não, não quero ser do contra mas não creio que este texto surgisse numa prova de português.
Tem um fio condutor, está estruturado, tem pausas e parágrafos. É uma desconstrução dum texto dito normal. É uma brincadeira bem conseguida e que nos serviu a todos (?) de pretexto
“para e de becas sobre alurizadas.”
É sempre um prazer passar por aqui
E andam as pessoas preocupadas com o acordo ortográfico!
deixa-me rir...
acho que é só cómico, Paula.
quando escreve mal de verdade, não se tem este humor...
bjs
Triste isto! E se pensarmos que a regra agora é o pessoal não chumbar (por estas ou por outras) eu, sinceramente, não sei que tipo de mulheres/homens estamos a preparar (salvo as excepções que sempre confirmam regras).
Beijo
Poesia,
Concordo. Mas o importante é a reflexão que permite, porque, mesmo que tenha sido construído, foi-o sobre uma base que existe por aí. E, aparte a forma do texto, que é o que salta à vista, há as ideias nele contidas, que circulam, também por aí... ;)
:) Uma boa semana!
Carlos,
É o habitual: toma-se a parte pelo todo... ;)
Luis Eme,
Quer dizer então que não há incultos brincalhões?... ;);)
OK, imagino que seja uma obra de ficção - com alguma verdade por base...
Bjs
LB,
É verdade. Quase parece que existe uma sociedade paralela à dita sociedade normal, que gera filhos que não se interessam pelos valores nem pelos códigos instituídos. Isto nem sequer é um acto de revolta ou de rebeldia, pois, para isso, há que ter objectivos definidos, causas. É só porque sim, porque os seus valores são outros e parecem não caber neste "saco" comum nem falar a mesma linguagem...
Bjo
Verdadeiramente lamentável.
Vludinh...ups. vilud...não...veludinhos azuis
Bluevelvet,
Lamentável, sim... :(
Bjs
este texto não é verídico :-)
é uma criação, e muito bem conseguida, do nick f world, que se pode encontrar aqui:
http://essencia_de_femea.blogs.sapo.pt/4060.html
:-) e sim, anda por aí a correr por mail, como sendo verídico... mas não é! o seu a seu dono :-)
Sem-se-ver,
O seu a seu dono, de facto. Acredito que não seja verídico, aliás como aqui já foi comentado. No entanto, isso não é o mais importante. O mais importante é a ideia de iliteracia que lhe está subjacente e que, essa sim, anda por aí em muito boa gente e é verdadeira, infelizmente.
P.S.: Já agora, o link que enviou não funciona.
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