quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Quem canta seus males espanta...



Complaints Choir of Chicago - Trailer

A queixa, o lamento, o queixume, a lamúria, a resmunguice - tudo isto, muito mais do que o protesto, activo e organizado, fazem parte do dia-a-dia de muita gente, e nós, portugueses, que o digamos, pois neste registo batemos qualquer recorde! Mas já que a queixinha está na ordem do dia, então, por que não fazê-lo de forma animada?

Isto parece uma contradição, é certo. Parece ferir de morte o próprio conceito em causa, já que, se é para resmungar, necessário se torna um rosto a condizer...

Bem, a tradição já não é o que era. Pode ser que já seja do conhecimento de muitos, mas para mim foi novidade: sabiam que existem vários Coros, por esse mundo fora, que decidiram cantar os lamentos de cada um? Nem mais. Ao que descobri, existe o Coro de Helsínquia, outro de Chicago, outro de Birmingham, o de S. Petersburgo, de Randburg... e outros haverá, certamente. Achei a ideia genial e decidi partilhar esta minha nova descoberta. Eu que adoro cantar e que até de um Coro faço parte, nunca me lembraria de tal proeza!...

10 comentários:

Artur.S disse...

Acho que não é novidade :)
Então e as canções de protesto/intervenção?
Zeca Afonso, Sérgio Godinho, José Mario Branco, Adriano Correia de Oliveira, Fausto... "O que faz falta é animar a malta" não é Paula?

Paula Crespo disse...

artur.s,
Essas que refere são canções "à séria". Estas, o espírito é mais de brincadeira, acho eu. É o lamento diário, das pequenas coisas, interpretado por um Coro. Achei piada!

Gi disse...

Fiz parte de um coro mais de 15 anos. Adorava o dia dos ensaios ( talvez mais ainda do que o das saídas) era o meu momento de descontração, sabia mesmo bem . Esta ideia acho-a extraordinária, assim uma espécie de espiritual negro dos tempos modernos :) não eram eles um lamento ? Não devia ter muita dificuldade (era solista :) )


beijinhos, noite feliz (as coisas que aprendemos)

Paula Crespo disse...

Gi,
Cantar é, de facto, extraordinário: é uma espécie de libertação. Mais coisas em comum!
bjs

Jorge P. Guedes disse...

Adorei esta forma divertidíssima e cultural de carpir mágoas.
Se a moda chega a Portugal, vamos decerto alcançar os tops, pois matéria prima para as letras é do que mais se produz no paí
Gostei imenso do coro de Helsínquia.

O conceito do rap, no fundo, mas com música... eheheheh!

Tive muito prazer neste tempo aqui passado.
Um abraço.

Paula Crespo disse...

Mocho-Real,
O conceito de rap é bem visto, sim senhor. É isso mesmo!

Gi disse...

Vejo que não sou a única a fazer uma paragem :) ainda nem respondi aos comentários de há dois dias ...

Publico aos poucos, visitos aos poucos, respondo aos poucos . Que desgraça!

Beijinhos

Oliver Pickwick disse...

Não sabia que os portugueses batem recorde de resmunguice, Paula! Não há um pouco de exagero nisso?
Como quem canta seus males espanta, despeço-me cantando essa para você:

"Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina, que vem e que passa
Num doce balanço, a caminho do mar..."

Desafinei um pouco, não foi? Beijos, e tenha um ótimo fim de semana!

Paula Crespo disse...

Gi,
Pois é, o tempo não dá para tudo o que dele queremos fazer... lamentável, hehehe!
Bjs

Paula Crespo disse...

oliver pickwick,
essa sua nota de alegria, com vinícius por mote, nunca poderia estar desafinada. Além do mais, como cantava João Gilberto, os desafinados também têm coração...
Bom fim-de-semana!