sábado, 15 de março de 2008

Um olhar comum...


A arte cinética, também conhecida como Cinetismo, é uma corrente das artes plásticas que explora efeitos visuais por meio de movimentos físicos ou ilusão de óptica ou truques de posicionamento de peças. Artistas como Marcel Duchamp (1887-1968), Alexander Calder (1898-1976), Vasarely (1908), Jesus Raphael Soto (1923), Abraham Palatinik (1928), Yaacov Agam (1928), Jean Tinguely (1925), Pol Bury (1922) são apontados como expoentes desta linguagem. (Wikipédia)

O Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado inaugurou uma exposição dedicada ao cinetismo e intitulada Revolução Cinética, que estará patente ao público até dia 15 de Junho. Esta exposição conta com a participação de obras de 30 artistas, estrangeiros e nacionais, dos quais destaco Victor Vasarely e Marcel Duchamp, dois dos principais impulsionadores desta corrente. Portugal está representado, entre outros, por Nadir Afonso, René Bertholo, António Pedro, Eduardo Nery e Artur Rosa (ver aqui e aqui).

A primeira exposição de arte cinética - Le Mouvement - teve lugar na galeria de Denise René em Paris, em 1955, tendo ficado registado o fracasso que provocou entre os visitantes. Mais tarde, em 1966, esta exposição é acolhida no MoMA e Brian de Palma realiza um documentário da inauguração, The Responsive Eye, filme este que está integrado na exposição do Museu do Chiado. Devo dizer que esta "peça" agradou-me particularmente, já que devo confessar a minha quase incapacidade para aderir a grande parte das obras aqui expostas, apesar de, creio, entender o conceito subjacente (alguns dos artistas representados têm, acho eu, obras mais apelativas). Pelo contrário, o documentário de Brian de Palma, em que são entrevistados desde especialistas (um psicólogo, um oftalmologista, o comissário da exposição, e outros) a público em geral, salienta, a meu ver, as várias linguagens existentes e a diferença entre estes dois mundos, bem patente no tipo de considerações tecidas. É interessante ver como os especialistas das diversas áreas estabeleciam ligações entre os seus domínios e a arte cinética, interpretando e tirando conclusões, enquanto que os outros mortais registavam as suas impressões de forma - essa sim - mais sensorial e simples, limitando-se a gostar ou não do que viam. Olhares comuns...

11 comentários:

Luís Galego disse...

estou em falta com o museu do chiado e aqui está uma boa proposta...

Jorge P. Guedes disse...

Apontamento interessante em matéria de que sou, praticamente, um ignorante.
Obrigado.

Saudações.
Jorge G.

Capitão-Mor disse...

Imagino que ficaria meio zonzo!!! :) De qualquer modo, estou grato pela tua explicação sintética.

Votos de uma boa semana!

Oliver Pickwick disse...

Não é um post a respeito de cinema, mas, acerca de arte cinética, o que não deixa de guardar uma relação. Além do mais, mais adiante faz menção a um documentário de Brian de Palma, resultando óbvio que, o cinema não sai da sua vida.
Este é um segmento artístico muito interessante, já vi ótimos trabalhos deste tipo.
Ilusão de óptica. Começa a preparar-se para economizar "pês", pois o acordo vem aí. (risos)
Beijos!

Paula Crespo disse...

Luis, Lb e Jorge,
Não é uma das minhas exposições favoritas mas é sempre de ir ver. Além do mais, o museu em si vale a pena.
Boa semana para todos!

Paula Crespo disse...

Capitão,
Zonzo? Sim, é essa a ideia, acho eu ;-))
(sintética e sinética: bem apanhado ;-)

Paula Crespo disse...

Oliver,
Ahhhhhhhhh esse humor!! Economizar "pês" ainda vai demorar muito tempo, acredite ;-). Pelas minhas contas, nunca menos de 6 anos...
Bjs!!

Ka disse...

Confesso que o tema não me atrai particularmente no entanto fica aqui provada a diversidade da agenda cultural de Lisboa.
Aqui pela invicta a nossa agenda fica reduzia à Casa da música, Casa de Serralves e pouco mais :(

Beijinho e resto de boa semana

Paula Crespo disse...

Ka,
Lisboa já tem uma boa oferta, de facto.
Boa Páscoa!!

Jorge P. Guedes disse...

Se bem que um pouquinho "desaparecida" não me esqueço deste seu "Uma espécie de mim".

Hoje, deixo apenas um abraço e Boa Páscoa, se é que a quadra lhe diz algo. O tempo não dá para mais. As minhas desculpas.

Jorge G.

Paula Crespo disse...

Jorge,
Obrigada ;-)
Uma boa Páscoa para si também!!
(vou tentar "aparecer" mais vezes ;-)