sábado, 28 de junho de 2008
terça-feira, 24 de junho de 2008
Le Corbusier
Este é, para mim, o rosto de Le Corbusier, o grande arquitecto do século XX, como ficou conhecido. Mas é na área do design de interiores que, penso, ele chegou a um público mais alargado. A famosíssima Chaise Longue à réglage continu, criação de 1928 deste arquitecto suíço, ficaria para sempre como a sua imagem de marca.
domingo, 22 de junho de 2008
Sabores da Índia
Descobrir outras paragens e outras culturas é uma actividade que desde sempre me fascina. Outras cores, outros sabores, outros cheiros... outros olhares. Também Portugal é um caldinho de gentes e culturas, etnias várias que desde o início nos habitaram e, entre todos, formaram o que hoje por cá anda. Mas, para além da novidade da descoberta, a promessa de poder assistir a rituais para mim novos e de desfrutar de um jantar verdadeiramente indiano, na companhia de um grupo de pessoas simpáticas e divertidas, era um desafio a que eu nunca poderia resistir... :)
Da visita não resultou a minha conversão ao hinduísmo, como era fácil de prever... nem a essa religião, nem a outra. Antes resultou num agradável contributo sobre outras práticas religiosas e na confirmação da adesão a estes paladares, de que aqui fica uma imagem de um repasto vegetariano verdadeiramente ... divinal!
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Os Mosqueteiros de Rembrandt ou o "J' accuse", segundo Greenaway
O filme que mais parece uma peça de teatro, tal é a atmosfera cénica em que vive. Os diálogos, a composição das personagens, a interpretação, recheada de pequenos trejeitos de olhar, de expressões faciais.... As cenas vão desfilando, uma após outra, revelando a humanidade de Rembrandt, no seu carácter algo boémio, na sua relação com sua mulher, Saskia, no seu relacionamento com as mulheres, nas cenas de sexo, bem reais, na crítica à sociedade flamenga, e, também, na linguagem. Mas é a luz, elemento importante nas suas telas, que surge neste filme como um fio condutor, uma linguagem constante. Uma luz pura, teatral, como que filtrada, dá a sensação de estarmos perante a própria obra do pintor, ou, melhor ainda, de nos movermos nos seus próprios palcos. Cenas de exterior, com lençóis brancos secando ao sol, por exemplo, contribuem para esta mesma constância luminosa. Aliás, ao longo de todo o filme, os jogos de luz e sombra fornecem cenários pictóricos de grande intensidade.
A Ronda da Noite, uma das obras mais significativas de Rembrandt, ficou para a posteridade como a obra que acabou por ditar a desgraça do pintor, que - pelo menos na versão ficcionada de Peter Greenaway - terá utilizado este quadro como instrumento de denúncia de um homicídio e, também, de denúncia da hipocrisia dos ricos burgueses de Amesterdão, classe em franca ascensão e que tudo faria para subir na hierarquia social. Esta enorme tela representa uma companhia militar, cujos membros tinham pago, individualmente, a sua representação no quadro. Só que Rembrandt não os tratou de igual forma: através do tratamento da luz e da cor, algumas figuras retratadas ficaram mergulhadas na sombra e outras escondidas por sobreposição. Além disso, nesta obra os intervenientes são representados relacionando-se uns com os outros, interagindo naturalmente, atitude que contrastava com as representações clássicas dos retratos de grupo, em que as personagens olhavam directamente para o pintor que as retrata ou para quem está de fora a observá-los, em pose, perfilados. Retratos de gente bem sucedida na vida. Retratos para a posteridade. Neste quadro, Rembrandt foi acusado de ter produzido uma representação teatral dos envolvidos, logo, no seu entender, menor.
Um filme, que mais parece teatro, que mais parece pintura...
domingo, 15 de junho de 2008
A avó Alexandra
Alexandra é uma história sobre a guerra, mas em que os seus sinais não se traduzem pelos disparos da artilharia, ou a explosão das bombas, ou o sangue dos feridos. Antes são sinais subtis. Revelam-se nos olhares e nos rostos dos jovens militares russos; nos silêncios baços dos civis chechenos; na tristeza e no desalento de todos. Esta avó que deambula por entre este cenário árido, com uma força e uma determinação que contrastam com o seu passo incerto, de quem carrega tanto ano, parece querer trazer consigo alguma normalidade, um toque de civilidade; ser o rosto da família e do carinho, distante daqueles que por lá habitam.
Todas as cenas são simples, sem dramatismos excessivos, mas muito belas e plenas de significado. Uma história contada ao ritmo de uma avó, uma narrativa que vai desvendando, aos poucos, o seu propósito, como que levantando suavemente o véu e deixando-nos espreitar o estado de alma do povo russo.
Saio do cinema com a sensação de ter visto um filme de qualidade. Ainda na memória a atmosfera densa do filme. Atravesso a cidade e vou jantar e, uma vez mais, o acaso dita o rumo: nada melhor do que uma noite de sevilhanas para regressar de novo à vida! Ele há dias assim...
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Fading hutongs: o desaparecimento da velha China
segunda-feira, 9 de junho de 2008
domingo, 8 de junho de 2008
Linguagens da arte contemporânea: o autismo de Babel
Sexta-feira, de manhã. Serralves constitui um local de peregrinação quase obrigatória em cada uma das minhas visitas ao Porto. Um dos locais, porque outros há, naturalmente. Desta vez, a Fundação oferece-nos cinco exposições temporárias: Vinil: gravações e capas de discos de artistas; Violência institucional e poética (Anne-Lise Coste, Tatjiana Doll, Erik Van Lieshout); Linhas, grelhas, manchas, palavras: desenhos de arte minimalista da colecção do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque; Fonte dos Cem Peixes (Bruce Nauman); Dieter Roth: os seus livros, cartazes e outras publicações.
O que é a arte? Pergunta difícil. Na arte contemporânea, penso que o que identifica um objecto artístico, um movimento, uma tendência, é, para além dos aspectos técnicos e formais, a inovação, a ruptura com o que já existe, o experimentalismo. O ser o primeiro estabelece a diferença e aponta a ousadia. Mas, e independentemente de qualquer conceito que lhe tentemos colar, a expressão artística também é comunicação. E comunicação pressupõe três aspectos essenciais: o emissor, a mensagem e o receptor. Até aqui nada de novo. Mas a questão que levanto é saber em que medida é que a mensagem passa a barreira da aparente surdez e do autismo, uma vez que falar para o próprio umbigo me parece um caminho demasiado estreito, por mais magro que seja o corpo de uma mensagem...
Eu gosto de arte e não penso que ela deva ficar confinada ao domínio da estética. Ela é veículo de ideias, instrumento de mudança. Mas também penso que isso só acontece se passar qualquer coisa para o lado de cá, e não ficar na redoma do puramente conceptual. Ininteligível, portanto.