Filme psicadélico, de uma estética contemporânea e arrojada, I'm not there é, sem dúvida, uma abordagem muito própria de uma biografia diferente e fragmentada do grande ícone do rock americano, utilizando técnicas não-convencionais e "colando-se", assim, ao estilo de compor de Dylan.
Cate Blanchett, Richard Gere, Heath Ledger, Christian Bale, Ben Whishaw e Marcus Carl Franklin são os seis rostos de Bob Dylan, seis rostos diferentes, espaços, tempos e registos diferenciados que encarnam as várias "vidas" do compositor-cantor, vozes do inconformismo, fazendo eco das convulsões sociais desse país. Dois tempos distintos e igualmente marcantes na história americana: os anos 60-70, anos de Dylan, anos da revolução das mentalidades, e os anos da conquista americana do Oeste e dos pioneiros, do caminho de ferro, de Billy the Kid. Cada uma destas personagens revela uma das facetas de Dylan, pública ou privada, fazendo também uma viagem pelas várias "Américas" - a conservadora e rural, a dos anos 50, do racismo e dos blues, a América dos hippies e do rock. Das "canções de apontar o dedo" até outras notas, todas elas expressivas dos seus sentimentos de alma; todas elas com um pendor de crítica social e política, independentemente do tom, mais tradicional ou mais ousado, dos seus acordes - nem sempre bem aceite pelos seus fãns.
De registar a participação ainda de Julianne Moore e Charlotte Gainsbourg. E, last but not least, de uma banda sonora fabulosa!
14 comentários:
Pela qualidade, um caso sério a qualidade destas críticas/opiniões cinematográficas...
Para quando uma coluna num jornal?
Beijinho
AAAAAAAAH, vês? não sou só eu que penso...
agora em relação ao filme, que eu ainda não vi de resto, pelo que já li, já tinha dado para perceber que só alguém que conhecesse bem a obra e vida do Bob Dylan o perceberia...
e não é que eu conheça muito bem, mas tenho-o na conta de um daqueles filmes que se não fore ver me arrependo
bsj
Lb,
E já agora sempre receberia uns dinheiritos, que vinham mesmo a calhar ;)) Você tem muito sentido de humor! ;)
Uma boa semana!!
Leonor,
Também tu??!!! ;))
O filme tem qualidade. Mas é uma abordagem muito inovadora e, por vezes, torna-se bastante denso e até confuso. Mas acho que é uma experiência!
Bjs
Eu tenho um problema: não tenho vida para ver todos os filmes que quero...lol
Na 6ª feira vi o Youth without youth, estranho...muito estranho mas gostei :) Amanhã vou finalmente ver um que ainda não tinha conseguido e que sai esta semana do cinema : Caramel. Por tudo o que li estou com uma curiosidade enorme para ver este filme :)
Mas parece-me que nunca consigo diminiur a lista :S
Beijos e um excelente fim-de-seman
Ka,
Isso acontece a todos nós, ou como se diz: "as necessidades são ilimitadas e os recursos escassos" :)
Boa semana também para ti!
Vou ter que esperar mais um tempinho, de há uns anos para cá as minhas idas às salas de cinema são reduzidas ... raramente à consenso , convenhamos que o cheiro das pipocas tamém teve uma quota parte nas razões do afastamento. Aguardo a saída em vídeo e sempre posso fumar nos intervalos :)
Estive a ler o LB e a Leonor e olha que não podia estar mais de acordo, gosto da forma como abordas a temática e da forma mais racional do que emotiva (sem ser desapaixonada) com que explanas as tuas ideias .
Um beijinho
"as necessidades são ilimitadas e os recursos escassos" !
pois é, não é?
Gi,
As pipocas são uma praga, estamos de acordo, mas também há cinemas sem pipocas, felizmente! E nada como o grande écran para ver um filme. Mas a falta de tempo é que muitas vezes condiciona tudo, não é? Para não falar de que também existem outros apelos, outras coisas interessantes onde passar os tempos que escapam à rotina.
O LB e a Leonor foram muito simpáticos nas suas apreciações e como não há duas sem três, tu também resolveste juntar-te ao coro ;)))
Mimam-me, é o que é!!
Bjs e uma boa semana!
Caro anónimo,
Obrigada pela sua visita :) Ou me engano muito ou o seu comentário "traíu-o" ;))
É verdade. Advém da natureza humana, concerteza, esta necessidade de ir mais além. E como nem tudo é perfeito, existe o reverso da medalha.
Mas antes ter sede do que sofrer de azia...
Uma boa semana!
Boa Noite Paula. Não vi o filme, aliás não tenho visto nenhum ultimamente, mas do pouco que vi na tv, aquilo que mais me deixou curioso foi uma mulher, Cate Blanchett, e muito bem pelo que vi, a interpretar Bob Dylan. Outra curiosidade minha é conhecer a banda sonora deste filme.
Beijo
Paulofski,
Blanchett recebeu o Globo de Ouro para Melhor Actriz Secundária e o Prémio de Melhor Actriz em Veneza. Uma excelente interpretação numa composição muito esmerada da personagem. Ela é, de facto, uma actriz muito versátil!
Ao contrário do que se poderia supor, não são propriamente os hits de Dylan que compôem a maior parte da banda sonora. Há muitas músicas que eu não conhecia, mas é bastante boa. Mas, pensando bem, faz todo o sentido, dado o tipo de filme que é, num registo muito, muito original.
Uma boa semana!
Este eu já vi. Não o considero estranho, todavia, mais psicodélico, impossível. É a cara do flower power. E não poderia ser diferente. É um ótimo filme.
Um beijo!
Oliver,
Concordo com essa sua definição de Flower Power. Assenta-lhe como uma luva!
P.S.: Já me tinha interrogado que seria feito de si. Ainda bem que regressou...
Bjs
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