Na Feira do Livro de Braga está, entre outros, este poema de Mário Cesariny. Fez-me lembrar o quanto gosto dele e de como é um dos poemas da minha vida:
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
12 comentários:
Bom dia Paula,
Apesar de não conhecer bem a sua obra, este será talvez o meu preferido e acho que até já o pus no BDK! E curiosamente, também pus um poema dele na 5ª feira.
Beijo e boa semana
Ka,
Eu vi. Esse é mais de intervenção social, talvez. Bem bonito, por sinal.
bjs
Paula
gosto bastante deste, não conhecia, tb estou como a Ka. Falta-me tempo para tudo o que quero saber, fazer e onde quero estar (e com quem, claro)...
com que então passeios por Braga, hein? (vês, aqui usei o h 1º sem hesitações... tem que haver uma explicação para este problema importantisssimo para a histórica da humanidade)
bsj
Neste caso, fizeste uma viagem do tipo "em algum lugar do passado".
Mas, tem razão a respeito do poema, é muito bonito.
Um beijo!
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
este poema, é um dos meus poemas (aliás já o citei em alguns posts)e é um monumento de palavras doridas...
Leonor,
Passeios com trabalho à mistura, minha cara!
Quanto ao "h": pois é, nada que o divã do psi não explique, hehe! ;)
bjs!
Oliver,
É uma leitura... mas é de facto muito bonito. Espero ter contribuído, modestamente, para o seu conhecimento dos poetas lusos ;)))
bjs!!
Luís,
Doridas, de facto. Salientaste precisamente as duas frases do poema de que eu mais gosto... o efeito é deslumbrante, não achas?!...
bjs!
é um poema lindo, Paula...
Luis Eme,
Também acho :)
Belíssimo poema de Cesariny, a comprovar que foi grande nas Artes.
Jorge,
Sem dúvida e tenciono explorá-lo melhor.
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